O processo de Ensino e Aprendizagem
As teorias da aprendizagem estão longe de chegar a um consenso. À primeira vista, a definição do que é ensino e aprendizagem parece ser simples, mas existem profundas diferenças entre epistemologias das abordagens da psicologia e da pedagogia. Desde o século XIX suas definições tem sofrido muitas alterações e de fato, tem se dado ênfase as teorias baseadas em evidencias como o Behaviorismo seguido pelo Construtivismo e o Cognitivismo.
A luz do Behaviorismo Radical podemos dizer que todos os fenômenos humanos podem e devem ser entendidos como comportamentos, portanto, processos de ensino e aprendizagem também devem ser vistos como uma série de comportamentos que entrelaçados, geram uma conseqüência especifica que pode ser compreendida como a modelagem de novos repertórios comportamentais pelo educador em direção ao aluno que o absorve em forma de aprendizagem.
Dentro da psicologia de forma geral, existem diversas teorias e formas de se entender o processo de ensino e aprendizagem. Basicamente as explicações se devem mais a epistemologia da escola psicológica que a quer definir do que a leis gerais e amplas de entendimento aceitas por uma classe de profissionais, seja da psicologia, seja da pedagogia. Skinner define aprendizagem em seu artigo Are the Theories of Learning Necessary? (1950) como uma mudança na probabilidade de uma resposta especifica.
Diferentemente de algumas escolas da psicologia, Skinner não apenas considera o aparelho biológico do estudante, mas também considera que alem do aparato biológico (Variável Filogenética), existe um ambiente externo ao organismo que em determinadas condições, sejam elas planejadas ou não, ajudam ou atrapalham na instalação de novos repertórios e mudança nas taxas de resposta emitidas ( Variável Ontogenética e Variável Cultural ). Skinner então chamou a interação entre a variável filogenética, ontogenética e cultural de Níveis de Seleção do Comportamento.
A noção de interação constante entre organismo e ambiente está presente na obra de Skinner fazendo com que a sua teoria de aprendizagem se torne essencialmente interacionista e não ambientalista, e derruba criticas que apenas é baseada em eventos observáveis e com a noção de homem que apenas responde passivamente a estímulos como erroneamente tem se pregado em clara confusão entre a Teoria Behaviorista Metodológica de J. B. Watson (1878-1958) e o Behaviorismo Radical de B. F. Skinner (1904-1990).
A abordagem Skineriana como citado por HUBNER (1998) defende a escola como instituição facilitadora do ensino, pois para existir comportamento é necessário uma interação entre organismo e ambiente e dessa interação certos repertórios vão ser selecionados pelas suas conseqüências.
Para que haja uma maior eficiência na transmissão de repertórios comportamentais, a escola pode fazer a modelagem dos mesmos sem que seja essencialmente necessária a seleção por conseqüências, tornando o ensino mais rápido e efetivo.
O ensino é importante do ponto de vista cultural, pois o educador passa o conhecimento que já aprendeu e que foi passado de individuo para individuo historicamente de alguém que em algum momento não foi ensinado, portanto não precisando mais sofrer as limitações e dificuldades enfrentadas pelo primeiro organismo a ter seu repertório selecionado.
O processo de transmissão de conhecimento já não depende mais da tentativa e erro e da seleção por conseqüências, potencializando, portanto a instalação de repertórios comportamentais. Skinner diz que ensinar é o ato de facilitar a aprendizagem, no sentido de que quem é ensinado aprende mais rapidamente do que quem não é (1972, p. 4).
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